14 de julho de 2008

CHEMAKO, o que não se lembra


CHEMAKO é a história em que seus autores definiram suas identidades! Temos um Milazzo com pinceladas rápidas e elegantes, não antes vistas em seus desenhos para KEN PARKER. Se compararmos as quatro primeiras edições, Milazzo ainda tem um traço mais firme e segue um estilo quase acadêmico, enquanto na 5ª edição ele começa a se soltar mais, o que levou a firmar esse estilo por toda sua carreira.


Alguns fãs do mestre afirmam que ele já tinha essa técnica antes, como por exemplo, Tiki. Todavia afirmo que Milazzo sempre foi o mesmo mestre nas aquarelas que realizou para suas capas, mas como quadrinista, a perfeição ele encontrou em CHEMAKO.


Já com Berardi, que teve em suas primeiras quatro historias belos roteiros, aqui ele se supera, com argumentos mais bem construídos e dividindo pela primeira vez os leitores entre o homem vermelho e o homem branco. E é essa dubiedade, que vai permanecer em toda série do personagem. Não tem como não ficar com raiva do ataque de Ottawa aos soldados logo no início da edição, contudo, acompanhando o dia a dia dos índios na aldeia logo se muda de pensamento. O escritor consegue com delicadeza, e grande maestria levar a história a um patamar único e com certeza “emocionar gerações”.Vamos à história:
Com a angustiante conclusão de HOMICÍDIO EM WASHINGTON (KP 04), o leitor ansiava pela edição seguinte, e me pergunto se muitos não tiveram medo de que aquele tivesse sido o fim do scout.


Porém a edição seguinte surgiu, e ela veio na forma de “CHEMAKO: Aquele que não se lembra”. No entanto, Berardi e Milazzo não entregam o jogo logo de bandeja, apenas algumas páginas depois é que encontramos KEN, desmemoriado, vagando sem destino pela floresta.


Contar detalhadamente toda a história foge ao meu escopo, mas é relevante saber que, em CHEMAKO, PARKER , sem memória, é adotado por uma tribo hunkpapa, após salvar o pequeno Theba do ataque de uma mãe ursa furiosa. No período em que vive com os índios, Rifle Comprido recebe o nome de Chemako, por não se lembrar de seu passado, casa-se com Tecumseh, a irmã do chefe Ottawa, e Theba passa a ser seu enteado. Na aldeia, também conhece Belle Mckeever, que mais tarde viria a se chamar, Kianceta, uma branca raptada pelos humkpapa, que acaba tornando-se esposa de Ottawa e que, no fim da história, passa a ser responsável por Theba, enquanto KEN, que após um delírio, lembra-se que foi Donald Welsh quem lhe deu o tiro quase fatal, que resultou na sua perda de memória, sai para caçar o bandido.
CHEMAKO é o tipo de narrativa que todos deveriam ter a chance de ler, prende o leitor do início ao fim, numa inesquecível e emocionante aventura marcada por amor, ódio, inveja, amizade e, sem a menor dúvida, esperança.

► CHEMAKO foi publicado no Brasil pela Editora Vecchi em março de 1979 e pelo CLUQ (Clube dos Quadrinhos), em 2001.


Lucas Pimenta

5 comentários:

Anônimo disse...

toda a saga de Pat o'shane, lar doce lar, e chemako são minhas historias favoritas do ken.

parabéns pela matéria...
tão boa, que deu vontade de ler de novo a revista.

e parabéns ao blog...

onde consigo uma edição de chemako a cores, de onde vcs tiraram essa imagem?

até mais galera

Roberval disse...

Nobre pard Lucas
Tenho uma dúvida sobre Theba. Na história "Chemako" ele é enteado do Rifle Comprido e isso foi o que sempre acreditei. Mas naquelas edições da Mythos há uma outra história contando como Theba e Ken se conheceram (por meio do espírito do avô de Theba). Talvez vc e o irmão João possam me esclarecer as coisas.

Abraços

JoguL disse...

Hi, my friend!

Agradecemos o incentivo, que nos leva a trabalhar mais e mais.

Essas imagens coloridas CHEMAKO pertencem à série Ken Parker Collana West. Veja nossa postagem (http://kenparker.blogspot.com/2008/01/o-ken-parker-de-milazzo-e-trevisan.html).

Você só vai conseguir na Itália, se precisar de ajuda, faça contato com a "Livraria Virtual do JR" (veja nossos links), totalmente de confiança.

Abraço,
João Guilherme.

JoguL disse...

Grande Mário,
Theba,(rebatizado de Teddy Parker),
filho de Tecumseh é, de fato, enteado de Ken e se conheceram na história CHEMAKO.

Já no número 14 da coleção da Mythos, AS TRILHAS DO CÉU, encontramos um Teddy adolescente, fugindo de casa à procura do pai.
Durante a fuga, de trem, ele lê uma das aventuras escritas por Ken
que narra a fantástica história de THONAH (Falcão), um garoto kiowa que tem o mesmo nome do avô.

Abraço,
João Guilherme.

Roberval disse...

Obrigado pelos esclarecimentos, João, pois eu sempre pensei que era Tebah.
Abraçã e parabéns pelo magnífico trabalho que vcs continuam fazendo.