29 de fevereiro de 2008


Original de Milazzo ultrapassa R$ 2.500,00!

A prancha original de ADAH (número 24), arte de Ivo Milazzo, que estava em leilão no site Ebay– Itália -, foi vendida por EUR 1.010,00, exatos R$ 2.569,00.

O lance vencedor foi dado 62 segundos antes do término do leilão, às 09:45 de ontem. O leilão iniciou com EUR 10,71.

ADAH é o 46º episódio da 1ª fase de Rifle Comprido e foi publicada no Brasil pela Editora Vecchi e selo Tapejara.

KEN PARKERBlog

28 de fevereiro de 2008

Luca Vannini, para matar saudades!!



  • LUCA VANNINI nasceu em Roma, 1961. Desenhou as primeiras 56 páginas de Faccia di Rame, última história de KEN PARKER. É o artista responsável pela criação gráfica de Júlia, a filha caçula de Berardi (Aventuras de uma Criminóloga - Mythos Editora).

  • O leilão da página original de nº 24 de ADAH, desenho de Ivo Milazzo está terminando. Faltam apenas 04 horas. O lance vencedor ainda é de EUR 451,00. Mas, na reta final, tudo pode acontecer. Para acompanhar o leilão.

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26 de fevereiro de 2008

Um homem no velho oeste


Montana, 29 de dezembro de 1868, um dia para se festejar. A temporada de caça findo
u e os dois irmãos descem as montanhas, resta vender o carregamento de peles ao velho Puncho e retornar ao lar, no Wyoming. A parada no posto de troca é rápida, mas ainda há tempo para um breve flerte entre o jovem Parker e Jeanne, a filha adolescente do “perna-de-pau”. A vida de Bill está por um fio e a vida de KEN PARKER para mudar, drasticamente.

Itália, 1974, Giancarlo Berardi e Ivo Milazzo, inspirados no filme Jeremiah Johnson (Mais Forte que a Vingança, no Brasil), criam KEN PARKER.
Era para ser apenas uma história publicada na Collana Rodeo, mas a personagem (que a princípio fora batizada de Jedediah Baker, em homenagem ao filme de Sydney Pollack) agradou tanto ao editor Sergio Bonelli, da Editoriale Cepim (atual Sergio Bonelli Editore – SBE), que acabou virando série. Em junho de 1977, LUNGO FUCILE (RIFLE COMPRIDO) surge nas bancas italianas. No Brasil, pela saudosa Editora Vecchi, estréia em novembro de 1978, com o nome de VINGANÇA!


O caçador, acostumado com feras e índios, não se encontrou no mundo dos brancos. Agora é um scout (batedor) do exército americano. Seu senso de justiça, seus ideais esbarram nas ordens de oficiais possessos e na demagogia dos políticos de Washington. A corrupção o afronta e o desrespeito aos desafortunados o derrota. KEN PARKER está entre dois extremos, os dominadores e os dominados.



Por uma
prostituta é capaz de matar um magnata; para defender um homossexual arrisca a própria vida e por uma oportunidade a um chefe cheyenne e seu bebê, entrega seu maior tesouro, seu Kentucky. É um justo, não um justiceiro; não um herói, mas um homem. Em Ely Donehogawa não vê o índio, mas a esperança; em Wild Bill Hickock não encontra o pistoleiro, mas o quase cego; em Custer reconhece o alucinado; em Billy the Kid, o garoto perdido e em Touro Sentado, o velho desesperançado. É capaz de matar e de trazer à vida.


O amor ao filho adotivo o leva até Boston. Já não é mais aquele montanhês simplório, a convivência com Barbara Huntington Scott, uma jornalista inglesa lhe despertou o prazer pelos livros. As cidades grandes já não o assustam e o scout se faz detetive na National Agency of Investigation. O relacionamento
com Teddy e a família de Belle McKeever, o novo emprego trazem uma certa estabilidade a KEN PARKER, ele já é capaz de administrar melhor as conseqüências de conviver com o homem branco. Mas seu lado humano está sempre presente e durante um confronto entre policiais e grevistas, para salvar a vida de uma menina, acaba por matar um polícial. E assim, o cidadão Kennety Parker passa à condição de fora-da-lei, procurado por assassinato.

Alec Brow
ne, chefe dos investigadores da National foi seu perseguidor mais ferrenho; Fanny Reyd, caçadora de recompensa, a mais perigosa e Bruce Lusky, o xerife que o prendeu. Na verdade, PARKER entregou-se. Estava cansado de fugir.
Cansado de se esconder. Cansado de perder amigos. Cansado de resistir à vida.
E mesmo prisioneiro participa de sua última revolta, contra as punições e a forma violenta que eram tratados os detentos da Penitenciária de Rapid City. Transferido para Fort Lauderdale, se ocupa em escrever romances que narram suas aventuras. O homem está preso, mas seu espírito continua livre.



  • Giancarlo Berardi nasceu em Gênova, Itália, em 15 de novembro de 1949. Além de KEN PARKER, seus trabalhos mais expressivos são Tiki, um indiozinho carajá, Tom’s Bar, Wellcome to Springville, O Homem das Filipinas, Marvin, o detetive, Giuli Bai & Co. Escreveu um roteiro para Nick Raider e um especial para Tex, Oklahoma! Hoje, dedica-se de corpo e alma à Júlia (Aventuras de uma Criminóloga, Mythos Editora).



  • Ivo Milazzo nasceu em 20 de junho de 1947, em Tortona, Itália. Desenhou histórias de Tarzan e Diabolik. Participou da criação de Tiki, Tom’s Bar, alguns episódios de Wellcome to Springville, O Homem das Filipinas e Marvin. Para a SBE desenhou duas histórias de Nick Raider e o Texone Sangue no Colorado (Mythos Editora). Atualmente, leciona Técnica de História em Quadrinhos, na Academia de Belas Artes de Carrara e desenha episódios de Mágico Vento. A sua obra mais esperada é a releitura de Don Quixote de la Mancha, em parceria com o escritor argentino Jorge Zentner. Comenta-se que esse trabalho só será lançado na França.


João Guilherme

25 de fevereiro de 2008



O final de HOMICÍDIO EM WASHINGTON (KP04). Nosso herói inconsciente, pé esquerdo preso ao estribo, enquanto Donald Welsh se afasta tranqüilamente. Observem no canto direito do quadro, encostado no cercado: o Kentucky, que KEN julgou estar na posse de “o sortudo”, mas que, na verdade, estava com Dash (ver SOB O CÉU DO MÉXICO – KP07). Depois que recuperou a memória, PARKER só podia suspeitar do assassino de aluguel, pois julgava o velho amigo morto. Um simples detalhe, uma pista que Berardi deixou aos seus leitores, mas que passou desapercebida. Naquela altura dos acontecimentos, a preocupação era com a saúde do scout.


KEN PARKERBlog

24 de fevereiro de 2008

A morte de Tecumseh


Um dos momentos mais marcantes da vida de KEN PARKER. Tecumseh, mãe de Theba (Teddy Parker) e irmã de Ottawa, chefe Hunkpapa, viúva, casou-se com Chemako (KP05). Meses depois, foi vítima do ataque surpresa do exército americano, que dizimou sua aldeia.

João Guilherme
  • Faltam 03 dias e 12 horas para o término do leilão da página original de nº 24 de ADAH, desenho de Ivo Milazzo. Até o momento, o lance vencedor é de EUR 451,00. Para acompanhar o leilão.

23 de fevereiro de 2008

Um calendário para KEN PARKER!



Quando do lançamento do 8º volume da KP Collection, em dezembro de 2003, a Panini Comics brindou os fãs de Rifle Comprido com um calendário para o ano vindouro. Medindo 03 X 16 cm, esse pequeno presente tem a capa de KEN PARKER – Avventure in Acquarello (out/1993), publicação esmerada da Parker Editore que apresenta, em tamanho natural, as primeiras 59 capas da saga.

Para cada mês de 2004, uma capa da 1ª série, na seguinte ordem: “MINE TOWN”
(KP02), HOMICÍDIO EM WASHINGTON (KP04), CHEMAKO (KP05), SOB O CÉU DO MÉXICO (KP07), TERRAS BRANCAS (KP10), A NAÇÃO DOS HOMENS (KP11), A CIDADE QUENTE (KP13), BUTCH, O IMPLACÁVEL! (KP 16), A LONGA PISTA VERMELHA (KP17), UM HOMEM INÚTIL (KP 19), O JULGAMENTO DE DEUS (KP21) e A RAINHA DO MISSOURI (KP23).

Um pequeno item de colecionador, que, hoje, está valendo uns bons Euros.

À direita, a capa de KP08 já sem o carimbo anunciando o presente de Natal.


João Guilherme

  • Faltam 04 dias para o término do leilão da prancha original de nº 24 de ADAH, arte de Ivo Milazzo. Até o momento o lance vencedor está em EUR 350,50.

22 de fevereiro de 2008

ADAH, sinônimo de liberdade!!

Hoje em dia, conseguir uma prancha original de KEN PARKER, desenhada por Ivo Milazzo, é uma raridade. Se a página for de uma história consagrada, um milagre. Se for de ADAH (KP 46), tem que se ter muito dinheiro. O site do Ebay - Itália está leiloando um original de ADAH, página 24, 35 X 50 cms. O leilão termina em 28/02/2008, daqui a seis dias, e o lance já está em EUR 102,00.

Essa é uma das aventuras mais comoventes de Rifle Comprido, a preferida de Milazzo e figura entre as 10 melhores histórias do scout, em qualquer pesquisa.

ADAH é uma negra, nasceu escrava. Berardi narra sua vida do nascimento até a idade adulta. A infância difícil, a adolescência, a guerra civil americana, a liberdade, o preconceito, a falta de perspectivas, a prostituição, nada tirou dessa mulher o desejo de ser respeitada. Quando encontra KEN PARKER é uma foragida, procurada por assassinato, Nosso herói a ajuda a se livrar de alguns caçadores de recompensa. A história é contada em dois tempos, o presente da negra e suas recordações. Milazzo realiza seu trabalho magistralmente, utilizando duas técnicas dististas do uso do nanquim.

ADAH mereceu um álbum cartonado da Editoriale Lo Vecchio, lançado em dezembro de 1987, 116 páginas, 22 X 31 cms., impressão em p&b e à cores.

João Guilherme.

21 de fevereiro de 2008

Uma grande ausência...


É impossível escrever sobre KEN PARKER sem falar das capas que
Ivo Milazzo criou para série.

Com um domínio que poucos artistas conseguem ao longo de suas carreiras, Milazzo criou verdadeiras obras de arte, dignas de várias exposições em museus.

Para deleite do público no Brasil, KEN PARKER teve as capas publicadas em todo seu esplendor. Porém o mesmo não ocorreu recentemente na Itália, quando a Panini Comics lançou toda a saga da dupla Berardi e Milazzo, com um esmerado acabamento gráfico.

Quando sugiu nas bancas italianas a KEN PARKER Collection, o leitor percebeu que cada edição trazia consigo, duas aventuras da saga do nosso herói, entretanto, apenas uma das artes de Milazzo era ostentada como capa da edição. Além disto a ilustração não é exibida
por completo, sem ser aplicada nas 1ª e 4ª capas, como foi idealizada originalmente pelo artista.

A solução dos editores para apresentar as imagens foi colocar na “orelha” da edição as duas obras reduzidas, porém completas, sem cortes.

Claro que este fato, em nada diminui os méritos da Panini, no lançamento dessa preciosa coleção, que apesar de não contar com o brilhantismo de todas as capas, resplandece por todo o capricho e dedicação em cada edição.

Para satisfação dos nossos visitantes, segue abaixo cinco capas da série original, que trazem o máximo de sensibilidade do autor.










Lucas Pimenta

20 de fevereiro de 2008

DIREITO E AVESSO - O Resgate.

Consultando o Mercado Livre, dei de cara com esse exemplar da revista Nevada (nº 51 - Ebal - 1961). Bem, não preciso dizer tamanha foi a minha surpresa: É a capa de KP 15, HOMENS, ANIMAIS E HERÓIS, uma das minhas favoritas, só que invertida.
Claro que os artistas têm suas referências e nem podemos afirmar que Milazzo usou-se dessa, talvez, até, sua inspiração veio de outra fonte.
Não inporta, são duas capas lindas...coincidentemente, lindas.
.

João Guilherme

19 de fevereiro de 2008

Uma história escrita pelos comanches: Butch!

Sul do Novo México, sob sol escaldante, dois cavaleiros percorrem a pista que vai de El Paso a Socorro. “Pare com essa água! Vai acabar enchendo a barriga como um camelo, e vai suar ainda mais!” - adverte o gigante de expressão rude. “Pro diabo, tento não pensar na sede, mas é mais forte do que eu! Com este maldito calor...não sei como você agüenta!” - retruca o companheiro. “Questão de vontade. E de hábito. Os comanches podem ficar quatro, cinco dias sem beber debaixo deste sol!” - os olhos atentos aos sinais do deserto. “Aprendeu com eles?” A resposta vem como golpe de lâmina afiada: ”Como tudo o que sei. Com os comanches, ou se aprende depressa ou se morre logo.”

Com esse diálogo tem início, talvez, a história mais violenta de Rifle Comprido, BUTCH, O CARNICEIRO! (KP 16). Comanches e Kiowas unem forças para um grande ataque. Os sinais de fumaça estão por toda parte, grupos de guerreiros por toda a região. No meio desse barril de pólvora estão o posto de troca Comanche Station e seus ocupantes, Roy (o proprietário), sua mulher Wendy (grávida), Jimsie, o filho mais velho (não mais que 12 anos), um bebê de colo e dois empregados mexicanos; os Hudson, um casal de fazendeiros; uma diligência, seu cocheiro simplório, o segurança, que sofre de gastrite e passageiros, um tenente do Exército e dois trapaceiros, pai e filha, que se fazem passar por tio e sobrinha, empresário e médica; KEN PARKER e Harvey Logan.



Bruno Marraffa não consegue dominar os traços do herói. Os cabelos, de tão alinhados, às vezes, lembram uma touca, até seu repartido é certinho demais. As costeletas, tão marcantes no scout, mal se consegue vislumbrar. Uma barba cerrada e negra, que aparece quase que do nada, completa a desfiguração. Nem mesmo nas roupas de Rifle Comprido ele se sente à vontade, a camisa parece apertada, o cinto é estreito e até o Kentucky perde a imponência. Eu arrisco a dizer: “Marraffa temia KEN PARKER”. Nos closes, o excesso de hachuras mal definidas dá uma impressão de sujeira (o que não acontece com quem domina bem essa técnica, Serpieri, só por citar). No entanto, ele é muito feliz desenhando Butch. As seqüências com os índios também são perfeitas, ágeis e soltas. Resolve bem a sensação térmica do deserto e consegue resultados belíssimos quando utiliza o claro e escuro. Marraffa é uma mescla de acertos e desarranjos. Em uma única prancha é capaz de agradar e irritar.

Butch Logan, o “carniceiro”, é um caçador de escalpos. Frio, cruel, inescrupuloso, cínico, arroganate e de uma coragem sem limites. Desprezado e temido pelos brancos, temido e odiado pelos índios, enfrenta a todos com o ódio dos condenados. Harvey Logan, aos oito anos, foi tomado como escravo por um chefe comanche que chacinou sua família. Sofreu todas as humilhações, foi surrado diariamente, comeu fezes de cães, nos invernos, para sobreviver e renasceu como Butch. Aos dezoito anos roubou a vida de seu raptor e fugiu com seu escalpo. Desde então caça e mata índios e vende seus escalpos no México. Butch Logan, de certa forma, é um justiceiro.

A narrativa
de Berardi, como não poderia deixar de ser, é impecável. Ele alterna momentos de extrema tensão com situações até mesmo cômicas, como a conversa dos condutores da diligência sobre os males do estômago. Os cortes são precisos, no momento oportuno, uma chance do leitor respirar, seguida de nova carga de forte emoção páginas adiante. O Mestre tece sua trama envolvendo as vidas de suas personagens, devido à situação em que se encontram, mas preservando, ao mesmo tempo, suas individualidades. O momento em que o tenente Robson, atônito por descobrir a verdadeira identidade da falsa médica, tenta, ainda, esboçar uma possível defesa e ela, impassível, lhe pede um cigarro é a prova disso.

KEN PARKER é mais um dos muitos coadjuvantes dessa história sangrenta que só pertence a Butch e seus verdadeiros inimigos, os comanches. As cenas de violência estão presentes em todo o episódio e sempre muito chocantes. Na maioria das vezes ela é explícita, como no assalto ao Comanche Station, onde apenas um Jimsie, em estado de choque, é poupado. A monstruosidade contra o bebê é o máximo da barbárie. Outras vezes, como no caso dos Hudson, é induzida. Ver o casal ser baixado das árvores, para um trágico fim é angustiante.


Berardi atinge o leitor com a selvageria, a insanidade e o desespero, próprios de uma raça consciente de sua extinção. Os aclamados diretores do gênero, não ousaram tanto em seus grandes filmes. Em Rastro de Ódio (talvez, o maior clássico a abordar o tema), o massacre da família de Ethan (John Wayne) e o assassinato de sua sobrinha mais velha, também seqüestrada pelos comanches, são apenas sugeridos.

No final, a redenção, mesmo não admitindo, Butch dá sua vida para salvar um outro garoto, Jimsie, do mesmo destino que Harvey não conseguiu se livrar. Um momento de grandeza ou de fragilidade de um homem duro? Não importa, o “carniceiro” está morto e os homens já dormem mais tranqüilos.
a
a
João Guilherne

18 de fevereiro de 2008





  • VALDIVINO ALMEIDA, 41 anos, sorriso fácil e franco, é Ir-mão, dos bons. Como todo grande amante dos quadrinhos, sonha com seus heróis, se arrisca com o lápis e expõe sua paixão em arte. “Não sou um profissional, mas gosto de desenhar”, diz, tranqüilo. Gibizeiro há 35 anos, coleciona todas as revistas Bonelli, mas seu grande herói é Tex. Tem todas as coleções do ranger, até as reedições, tudo o que foi publicado no Brasil e algumas edições internacionais. Val é pai de John Lucas, pequeno grande desenhista, que já mostrou sua arte em Um Dia de Milazzo. O pai não é tão bom quanto o filho, mas tem seu espaço garantido aqui no KEN PARKERBlog, como todos os fãs de Rifle Comprido. Dos profissionais, cuidam as editoras.

João Guilherme

17 de fevereiro de 2008


O Mondadori de KEN PARKER


A BALADA DE PAT O’SHANE é a única aventura de KEN PARKER que mereceu um cartonado da Arnoldo Mondadori Editore, fundada em 1907, com sede em Milão e famosa por seus álbuns luxuosos na área dos quadrinhos. Alguns heróis bonellianos têm suas melhores histórias publicadas por essa casa, anualmente.

Considerando a iniciativa das editoras Lizard (italiana), Ligne D’Ombre (francesa), Norma (espanhola) e Asa (portuguesa) que, simultânea e recentemente, lançaram edições especiais de LILY E O CAÇADOR (2003) e LAR DOCE LAR (2004), bem que a Mondadori poderia voltar seu interesse para outros episódios cultuados de nosso scout.

O cartonado de PAT O’SHANE, lançado em março de 1983, mede 22,5 X 31,5 cms., com 116 páginas coloridas por Ivo Milazzo e capa inédita. Edição, Décio Canzio e Tiziano Sclavi; realização gráfica, Luigi Corteggi e introdução, Gianni Brunoro. À página 20, letra e música de A BALADA DE PAT O’SHANE, autoria de Giancarlo Berardi.

As cores dessa mesma história, publicada na Collana West 08 (jan/1986), são de Maurizio Mantero.

João Guilherme.

16 de fevereiro de 2008


Uma morte é para sempre!


Junho de 1977, a Cepim lança um novo western. O cartaz é uma montagem com momentos de HOMICÍDIO EM WASHINGTON. Pela vontade de Milazzo, a 1ª série de Rifle Comprido passa a ser contada (entenda-se, publicada) a partir desse episódio. Ele chegou a propor a exclusão dos três primeiros capítulos (RIFLE COMPRIDO, "MINE TOWN" e OS CAVALHEIROS). A justificativa do Mestre, foi a partir de KP 04 que passou a dominar a personagem e seu mundo.

No entanto, a alteração seria danosa para a saga. Como explicar as primeiras páginas de LAR DOCE LAR, o encontro com Jeanne, a filha de Puncho, o velho perna-de-pau? O momento de dor diante da sepultura de Bill e a conversa dificil com os pais durante aquele jantar? E como justificar a presença do irmão em O GRANDE ESPETÁCULO (KP 04 - Mythos) e em AL TEMPI DEL PONY EXPRESS (jan/1997 - SBE), inédita no Brasil. Outros momentos, também, ficariam sem sentido.

KEN PARKER
está preso em Fort Lauderdale, Flórida, porque, um dia, desceu as montanhas para caçar os assassinos do irmão. Sem Bill não teríamos Chemako, Pat O'Shane, Lily, Adah, Belle Mackeever, Teddy, Alec Browne, Norma Jane, Kamoose, Fanny Reid, Bruce Lusky e Vic Hamilton.

Sem Bill não haveria
KEN PARKER. Sem o caçula dos Parker não estaríamos aqui, 30 anos depois daquele primeiro cartaz.


João Guilherme.

15 de fevereiro de 2008

Vannini: Para ninguém botar defeito.



  • A morte de Tecumseh (CHEMAKO - KP 05) sob a visão de Luca Vannini. Criador visual de Júlia, Vannini desenhou as primeiras 56 páginas de FACCIA DI RAME, último epísódio de Rifle Comprido.

KEN PARKERBlog.

14 de fevereiro de 2008

A LUA DA MAGNÓLIA EM FLOR.

Um de quatro episódios onde Berardi e Milazzo provam, com maestria, que não é preciso palavras para se contar uma história. Essas quatro aventuras breves (CUCCIOLI, LA LUNA DELLE MAGNOLIE IN FIORE, SOLEADO e PALLIDE OMBRE) formaram uma só, IL RESPIRO E IL SOGNO, mas entre os apaixonados por KEN PARKER, ficaram conhecidas como Primavera, Verão, Outono e Inverno.

Quero chamar a atenção para um detalhe nesses dois quadrinhos, uma simples onomatopéia, mal trabalhada, pinceladas finas, bem “aquarelada”. Toda a força da cena fica para os desenhos. O abraço que imobiliza, o golpe da faca, a puma ferida e o close fatal. Tudo isso acompanhado de simples letras, que se transformam em rugido e terminam em morte.




João Guilherme.

13 de fevereiro de 2008

KENPARKERBlog entrevista
Dorival Vitor Lopes e Júlio Schneider







Direto da redação da Mythos Editora, Dorival Vitor Lopes e Júlio Schneider concederam uma entrevista exclusiva para o KENPARKERBlog, realizada pelo pequeno grande kenparkeriano Mateus Albuquerque. Entre as mais variadas perguntas sobre Rifle Comprido, percebemos, claramente, a importância da Mythos no mercado editorial brasileiro, assim como o carinho de sua equipe para com seus leitores e personagens por ela publicados.

Dorival Vitor Lopes, editor de algumas das principais revistas publicadas no País e também distribuídas em Portugal, fundou a Mythos Editora Ltda. ao lado de Hélcio de Carvalho em 1996, quando nosso entrevistador tinha apenas um ano!!!
Antes, trabalhou na Editora Abril por mais de 15 anos, de onde saiu em 1986. Teve também uma passagem pela Mauricio de Souza Produções.

Júlio Schneider é advogado e entre seus clientes está a SBE, tradutor da Mythos Editora, correspondente da UBCfumetti no Brasil, e colaborador de sites e blogs dedicados aos personagens bonellianos.Traduziu alguns números de KEN PARKER para o CLUQ e Tendência/Tapejara. Amigo pessoal de Giancarlo Berardi, Ivo Milazzo e Sergio Bonelli, é considerado o maior colecionador de Tex do Brasil e conhecido pela sua grande paixão pelos personagens da SBE.

Bom, feita as apresentações, vamos a entrevista!



KENPARKERBlog


Mateus para Dorival: Como foi a sensação de publicar KEN PARKER, um dos faroestes mais adorados (e bem elaborados) do mundo?

Dorival: KEN PARKER foi um dos personagens que mais apreciei nos anos 70/80. Quando surgiu a oportunidade de publicar as novas histórias de Rifle Comprido, depois de anos de interrupção, agarrei a proposta de cara. Foi uma satisfação muito grande ver que o herói ainda tinha uma boa parcela de admiradores. A começar por mim.

Mateus para Júlio: Foi fácil dar ao Rifle Comprido um sotaque brasileiro?

Júlio: A narrativa de Giancarlo Berardi é muito agradável, moderna e direta. Não é difícil dizer, no nosso idioma, o que ele quer transmitir no seu próprio. Isso vale tanto para KP quanto para Júlia.

Mateus para Dorival: A editoração de KEN PARKER tem que seguir o padrão internacional ou vocês tem liberdade de ditar um próprio conceito para o personagem?

Dorival: Na verdade não há como criar um "conceito próprio", a não ser que, em vez de traduzir as histórias, a gente resolvesse criar um texto novo, só olhando as imagens e sem levar em conta o texto original. O único detalhe diferente em relação à edição italiana foi o tamanho do gibi, um pouco menor em nosso País em razão dos diferentes formatos de bobinas de papel. Mas isso não chegou a significar um "conceito próprio", nós não desnaturamos o personagem.

Mateus para Júlio: Fora KEN PARKER, que trabalho você mais gosta de traduzir para a Mythos Editora?

Júlio: Cada personagem dá uma sensação diferente, todas prazerosas. É como brincar com os filhos: são diferentes entre si mas é sempre uma alegria. KP se foi, mas Berardi deixou outro filho, aliás, filha: Júlia. Mas confesso um segredo: traduzir Dylan Dog era muito gostoso, especialmente pelas tiradas de Groucho.

Mateus para Dorival: Houve algum tipo de orientação de Berardi para editar o personagem no Brasil?

Dorival: Não, nenhuma. Como o material Bonelli tem uma longa tradição no Brasil, o autor sabia que KP seria bem tratado.

Mateus para Júlio: E pra você Júlio, houve algum tipo de orientação na parte de tradução?

Júlio: Não, e isso pelo simples fato de que os quadrinhos Bonelli fazem parte do meu DNA desde criança. O editor Dorival conhecia minha sintonia com Rifle Comprido e sabia que eu procuraria ser fiel ao estilo do autor, o que de fato aconteceu.

Mateus para os dois: Vocês sentiriam prazer em trabalhar com o Rifle Comprido de novo?

Dorival e Júlio: Pelas respostas anteriores já deu para perceber que ficamos eletrizados quando surgiu a oportunidade de lançar as novas histórias do herói e, se o mercado mostrar que um novo retorno do personagem às nossas bancas seria bem-vindo, estamos prontos para abraçar a proposta.

Mateus para os dois: Qual é (para vocês) a melhor história de KEN PARKER que vocês publicaram ?

Dorivall e Júlio: A série apresentada pela Mythos foi a da "segunda vida editorial" de KP, com histórias que haviam saído na Itália na revista "KEN PARKER Magazine" entre 1992 e 1996. Das aventuras dessa fase, a mais interessante, no aspecto editorial, foi "A TERRA DOS HERÓIS", o gibi que, ao mesmo tempo e mais que qualquer outro, recebeu críticas e elogios na mesma medida. Quanto à trama em si, a mais envolvente foi "A CARAVANA DONAVER", que fechou a série e também destacou-se por ser o primeiro (e único) trabalho do desenhista José Ortiz com o herói.

Mateus para os dois: Qual o melhor desenhista de KEN PARKER para vocês (Milazzo não conta)?

Dorival e Júlio: A série que publicamos mostrou o primeiro trabalho de muitos desenhistas com KP, tanto do veterano e sempre excelente José Ortiz quanto de novos talentos como Pasquale Frisenda e Goran Parlov (todos os três hoje desenhistas de Mágico Vento), e da jovem Laura Zuccheri, que o próprio Berardi considera como "a nova Milazzo", no sentido de ser a profissional com quem o roteirista mais se sente em sintonia. Basta ver seus trabalhos com Júlia, tanto na série mensal quanto nos especiais anuais. Dessa turma toda, podemos afirmar que Pasquale Frisenda foi quem mais soube retratar o personagem de acordo com as linhas com que foi criado.

Mateus para Dorival: KEN PARKER sofreu muitas dificuldades de publicação pela Mythos?

Dorival: A grande dificuldade é manter uma publicação nas bancas, e não me refiro apenas a KP. A série de Rifle Comprido começou muito bem, mas chegamos ao fim (ao número 18) com um número considerável de leitores a menos que no início. Nós temos inúmeros projetos de personagens e séries espetaculares, mas sabemos que o público de quadrinhos não é o mesmo de tempos idos, então temos que avaliar bem qualquer iniciativa.

Mateus para os dois: Para finalizar, o que você acham da idéia do KENPARKERBlog?

Dorival e Júlio: É uma iniciativa digna de todos os elogios, ainda mais porque é fruto exclusivo da paixão de leitor, um trabalho desenvolvido nas horas roubadas aos estudos, à vida profissional e, quem sabe, ao sono. É bonito ver kenparkerianos de gerações diferentes dedicando-se a divulgar as aventuras de um dos maiores personagens que os quadrinhos mundiais já geraram.

Mateus: Muito obrigado e continuem fazendo o bom trabalho de sempre!

Dorival e Júlio: Nós é que agradecemos aos responsáveis pelo Blogue pelo seu belo trabalho de manter acesa a chama de KEN PARKER. Quanto a nós, que muito antes de sermos tradutores/redatores/editores, somos leitores apaixonados por quadrinhos bem feitos e buscamos lançar o que gostaríamos de ler, torcemos para sempre poder publicar com carinho e qualidade o material produzido pela Fábrica Italiana dos Sonhos de Papel, a Sergio Bonelli Editore.


Mateus Albuquerque


  • Mateus Albuquerque é cearense, viveu em Natal – RN e reside em Salvador – BA. Tem 12 anos, estuda na 6° série e sonha ser jornalista, cineasta, escritor, entre outras coisas, que a idade lhe permite sonhar. Fez o curso de quadrinhos da Oficina HQ e divide seu tempo entre as aulas e as histórias em quadrinhos que escreve, uma sobre o velho oeste. Mateus é fã de KEN PARKER.

  • Nas imagens: Júlio Schneider com o troféu do HQMIX (17° edição) e Dorival Vitor Lopes na entrega do Prêmio; auto-retrato de Laura Zuccheri; Pasquale Frisenda desenhando e caricatura do Mateus Albuquerque feita por “SpiderKika”.

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