26 de fevereiro de 2008

Um homem no velho oeste


Montana, 29 de dezembro de 1868, um dia para se festejar. A temporada de caça findo
u e os dois irmãos descem as montanhas, resta vender o carregamento de peles ao velho Puncho e retornar ao lar, no Wyoming. A parada no posto de troca é rápida, mas ainda há tempo para um breve flerte entre o jovem Parker e Jeanne, a filha adolescente do “perna-de-pau”. A vida de Bill está por um fio e a vida de KEN PARKER para mudar, drasticamente.

Itália, 1974, Giancarlo Berardi e Ivo Milazzo, inspirados no filme Jeremiah Johnson (Mais Forte que a Vingança, no Brasil), criam KEN PARKER.
Era para ser apenas uma história publicada na Collana Rodeo, mas a personagem (que a princípio fora batizada de Jedediah Baker, em homenagem ao filme de Sydney Pollack) agradou tanto ao editor Sergio Bonelli, da Editoriale Cepim (atual Sergio Bonelli Editore – SBE), que acabou virando série. Em junho de 1977, LUNGO FUCILE (RIFLE COMPRIDO) surge nas bancas italianas. No Brasil, pela saudosa Editora Vecchi, estréia em novembro de 1978, com o nome de VINGANÇA!


O caçador, acostumado com feras e índios, não se encontrou no mundo dos brancos. Agora é um scout (batedor) do exército americano. Seu senso de justiça, seus ideais esbarram nas ordens de oficiais possessos e na demagogia dos políticos de Washington. A corrupção o afronta e o desrespeito aos desafortunados o derrota. KEN PARKER está entre dois extremos, os dominadores e os dominados.



Por uma
prostituta é capaz de matar um magnata; para defender um homossexual arrisca a própria vida e por uma oportunidade a um chefe cheyenne e seu bebê, entrega seu maior tesouro, seu Kentucky. É um justo, não um justiceiro; não um herói, mas um homem. Em Ely Donehogawa não vê o índio, mas a esperança; em Wild Bill Hickock não encontra o pistoleiro, mas o quase cego; em Custer reconhece o alucinado; em Billy the Kid, o garoto perdido e em Touro Sentado, o velho desesperançado. É capaz de matar e de trazer à vida.


O amor ao filho adotivo o leva até Boston. Já não é mais aquele montanhês simplório, a convivência com Barbara Huntington Scott, uma jornalista inglesa lhe despertou o prazer pelos livros. As cidades grandes já não o assustam e o scout se faz detetive na National Agency of Investigation. O relacionamento
com Teddy e a família de Belle McKeever, o novo emprego trazem uma certa estabilidade a KEN PARKER, ele já é capaz de administrar melhor as conseqüências de conviver com o homem branco. Mas seu lado humano está sempre presente e durante um confronto entre policiais e grevistas, para salvar a vida de uma menina, acaba por matar um polícial. E assim, o cidadão Kennety Parker passa à condição de fora-da-lei, procurado por assassinato.

Alec Brow
ne, chefe dos investigadores da National foi seu perseguidor mais ferrenho; Fanny Reyd, caçadora de recompensa, a mais perigosa e Bruce Lusky, o xerife que o prendeu. Na verdade, PARKER entregou-se. Estava cansado de fugir.
Cansado de se esconder. Cansado de perder amigos. Cansado de resistir à vida.
E mesmo prisioneiro participa de sua última revolta, contra as punições e a forma violenta que eram tratados os detentos da Penitenciária de Rapid City. Transferido para Fort Lauderdale, se ocupa em escrever romances que narram suas aventuras. O homem está preso, mas seu espírito continua livre.



  • Giancarlo Berardi nasceu em Gênova, Itália, em 15 de novembro de 1949. Além de KEN PARKER, seus trabalhos mais expressivos são Tiki, um indiozinho carajá, Tom’s Bar, Wellcome to Springville, O Homem das Filipinas, Marvin, o detetive, Giuli Bai & Co. Escreveu um roteiro para Nick Raider e um especial para Tex, Oklahoma! Hoje, dedica-se de corpo e alma à Júlia (Aventuras de uma Criminóloga, Mythos Editora).



  • Ivo Milazzo nasceu em 20 de junho de 1947, em Tortona, Itália. Desenhou histórias de Tarzan e Diabolik. Participou da criação de Tiki, Tom’s Bar, alguns episódios de Wellcome to Springville, O Homem das Filipinas e Marvin. Para a SBE desenhou duas histórias de Nick Raider e o Texone Sangue no Colorado (Mythos Editora). Atualmente, leciona Técnica de História em Quadrinhos, na Academia de Belas Artes de Carrara e desenha episódios de Mágico Vento. A sua obra mais esperada é a releitura de Don Quixote de la Mancha, em parceria com o escritor argentino Jorge Zentner. Comenta-se que esse trabalho só será lançado na França.


João Guilherme

6 comentários:

Quadrideko disse...

Confesso que já folhei algumas revistas de Ken Paker, mas não tive paciência para ler. Através de sua matéria percebi a grandeza deste personagem. Com certeza vou ler a próxima revista que eu encontrar. Excelente artigo. Parabens por sua participação no Carnaval de Quadrinhos das Quartas

Anônimo disse...

Se tem uma coisa, no meio dos quadrinhos que vc temq ue fazer com a maior urgencua, quadrideko, é ler KEN PARKER!

é muito , muito bom mesmo!

Rafael

Anônimo disse...

Paii

seu blog ta lindOOOO

te amO mtO

bjOO

;*

Anônimo disse...

"Ken Parker não ficou preso em Fort Lauderdale, quem estava lá era um meliante anônimo, que para ocupar o seu tempo ocioso na prisão começou a escrever as suas memórias, fantasiando positivamente suas experiências, para aplacar sua consciência criminosa, transformando uma vida de crimes em uma vida virtuosa, e chamando a si mesmo de Ken Parker.
A saga de Ken Parker é ficção dentro de outra ficção, isso pode ser observado na "pista" que o autor deixou, quando, a partir de certa época, o personagem Ken passou a se interessar por livros.
Por isso a narrativa estacionou com o K.P. dentro da prisão, uma vez que, a partir daí, o criminoso preso, que assinava suas histórias como Ken Parker, não tinha mais nada o que contar.
Abraços.
AMoreira".

Lucas Pimenta disse...

Essa é a mais interessante teoria que já li sobre esse periodo da vida de Rifle Comprido.

boa analise irmão... apesar que eu prefiro acreditar que ali é Ken sim... ele e sua carta de amor ao seu filho...

Ele escrevendo com toda ternura do mundo.

Ele aprendendo com seus próprios atos...

Ele deixando pro mundo a sua história...

Aquele preso é Ken, é Rifle Comprido, é Chemako, é Berardi, é Milazzo, e somos nós...

Quem sabe numa possivel nova história, não encontramos Ken, saindo da prisão,e nviando uma última carta, e deixando claro, que todas as aventuras (Adah, boston, a mulher de cochito, terra branca, etc...) que a gente acompanhou ao longo dos tempos, não foi ele escrevendo as cartas e contando... Ou seja, desde o 1° volume ele já estava preso...

Abraços

Quadrideko disse...

Olá Amigo
Gostaria de convidá-lo para participar de um novo Projeto idealizado pelo amigo da Toca do Calango e do Carnaval de Quadrinhos.
Trata-se de tentar criar um Wikipédia Brasileira dos Quadrinhos, onde todos aqueles que se interessam pelo tema poderia contribuir com um artigo sobre quadrinhos. E em contrapartida teriámos um forma de divulgar os nossos blogs. Se o amigo estiver interessado nos faça uma visita. O projeto ainda está em um estado embrinário mas que esperamos que se desenvolva rapidamente, com a colaboração dos aficionados pela noiva arte, os quadrinhos.


Link : http://quadrinhos.wiki.zoho.com/

Um abraço do amigo Quadrideko