KENPARKERBlog entrevista
Dorival Vitor Lopes e Júlio Schneider
Dorival Vitor Lopes e Júlio Schneider
Direto da redação da Mythos Editora, Dorival Vitor Lopes e Júlio Schneider concederam uma entrevista exclusiva para o KENPARKERBlog, realizada pelo pequeno grande kenparkeriano Mateus Albuquerque. Entre as mais variadas perguntas sobre Rifle Comprido, percebemos, claramente, a importância da Mythos no mercado editorial brasileiro, assim como o carinho de sua equipe para com seus leitores e personagens por ela publicados.
Dorival Vitor Lopes, editor de algumas das principais revistas publicadas no País e também distribuídas em Portugal, fundou a Mythos Editora Ltda. ao lado de Hélcio de Carvalho em 1996, quando nosso entrevistador tinha apenas um ano!!!
Antes, trabalhou na Editora Abril por mais de 15 anos, de onde saiu em 1986. Teve também uma passagem pela Mauricio de Souza Produções.
Júlio Schneider é advogado e entre seus clientes está a SBE, tradutor da Mythos Editora, correspondente da UBCfumetti no Brasil, e colaborador de sites e blogs dedicados aos personagens bonellianos.Traduziu alguns números de KEN PARKER para o CLUQ e Tendência/Tapejara. Amigo pessoal de Giancarlo Berardi, Ivo Milazzo e Sergio Bonelli, é considerado o maior colecionador de Tex do Brasil e conhecido pela sua grande paixão pelos personagens da SBE.
Bom, feita as apresentações, vamos a entrevista!
Dorival Vitor Lopes, editor de algumas das principais revistas publicadas no País e também distribuídas em Portugal, fundou a Mythos Editora Ltda. ao lado de Hélcio de Carvalho em 1996, quando nosso entrevistador tinha apenas um ano!!!
Antes, trabalhou na Editora Abril por mais de 15 anos, de onde saiu em 1986. Teve também uma passagem pela Mauricio de Souza Produções.
Júlio Schneider é advogado e entre seus clientes está a SBE, tradutor da Mythos Editora, correspondente da UBCfumetti no Brasil, e colaborador de sites e blogs dedicados aos personagens bonellianos.Traduziu alguns números de KEN PARKER para o CLUQ e Tendência/Tapejara. Amigo pessoal de Giancarlo Berardi, Ivo Milazzo e Sergio Bonelli, é considerado o maior colecionador de Tex do Brasil e conhecido pela sua grande paixão pelos personagens da SBE.
Bom, feita as apresentações, vamos a entrevista!
KENPARKERBlog
Mateus para Dorival: Como foi a sensação de publicar KEN PARKER, um dos faroestes mais adorados (e bem elaborados) do mundo?
Dorival: KEN PARKER foi um dos personagens que mais apreciei nos anos 70/80. Quando surgiu a oportunidade de publicar as novas histórias de Rifle Comprido, depois de anos de interrupção, agarrei a proposta de cara. Foi uma satisfação muito grande ver que o herói ainda tinha uma boa parcela de admiradores. A começar por mim.
Mateus para Júlio: Foi fácil dar ao Rifle Comprido um sotaque brasileiro?
Júlio: A narrativa de Giancarlo Berardi é muito agradável, moderna e direta. Não é difícil dizer, no nosso idioma, o que ele quer transmitir no seu próprio. Isso vale tanto para KP quanto para Júlia.
Mateus para Dorival: A editoração de KEN PARKER tem que seguir o padrão internacional ou vocês tem liberdade de ditar um próprio conceito para o personagem?
Dorival: Na verdade não há como criar um "conceito próprio", a não ser que, em vez de traduzir as histórias, a gente resolvesse criar um texto novo, só olhando as imagens e sem levar em conta o texto original. O único detalhe diferente em relação à edição italiana foi o tamanho do gibi, um pouco menor em nosso País em razão dos diferentes formatos de bobinas de papel. Mas isso não chegou a significar um "conceito próprio", nós não desnaturamos o personagem.
Mateus para Júlio: Fora KEN PARKER, que trabalho você mais gosta de traduzir para a Mythos Editora?
Júlio: Cada personagem dá uma sensação diferente, todas prazerosas. É como brincar com os filhos: são diferentes entre si mas é sempre uma alegria. KP se foi, mas Berardi deixou outro filho, aliás, filha: Júlia. Mas confesso um segredo: traduzir Dylan Dog era muito gostoso, especialmente pelas tiradas de Groucho.
Mateus para Dorival: Houve algum tipo de orientação de Berardi para editar o personagem no Brasil?
Dorival: Não, nenhuma. Como o material Bonelli tem uma longa tradição no Brasil, o autor sabia que KP seria bem tratado.
Mateus para Júlio: E pra você Júlio, houve algum tipo de orientação na parte de tradução?
Júlio: Não, e isso pelo simples fato de que os quadrinhos Bonelli fazem parte do meu DNA desde criança. O editor Dorival conhecia minha sintonia com Rifle Comprido e sabia que eu procuraria ser fiel ao estilo do autor, o que de fato aconteceu.
Mateus para os dois: Vocês sentiriam prazer em trabalhar com o Rifle Comprido de novo?
Dorival e Júlio: Pelas respostas anteriores já deu para perceber que ficamos eletrizados quando surgiu a oportunidade de lançar as novas histórias do herói e, se o mercado mostrar que um novo retorno do personagem às nossas bancas seria bem-vindo, estamos prontos para abraçar a proposta.
Mateus para os dois: Qual é (para vocês) a melhor história de KEN PARKER que vocês publicaram ?
Dorivall e Júlio: A série apresentada pela Mythos foi a da "segunda vida editorial" de KP, com histórias que haviam saído na Itália na revista "KEN PARKER Magazine" entre 1992 e 1996. Das aventuras dessa fase, a mais interessante, no aspecto editorial, foi "A TERRA DOS HERÓIS", o gibi que, ao mesmo tempo e mais que qualquer outro, recebeu críticas e elogios na mesma medida. Quanto à trama em si, a mais envolvente foi "A CARAVANA DONAVER", que fechou a série e também destacou-se por ser o primeiro (e único) trabalho do desenhista José Ortiz com o herói.
Mateus para os dois: Qual o melhor desenhista de KEN PARKER para vocês (Milazzo não conta)?
Dorival e Júlio: A série que publicamos mostrou o primeiro trabalho de muitos desenhistas com KP, tanto do veterano e sempre excelente José Ortiz quanto de novos talentos como Pasquale Frisenda e Goran Parlov (todos os três hoje desenhistas de Mágico Vento), e da jovem Laura Zuccheri, que o próprio Berardi considera como "a nova Milazzo", no sentido de ser a profissional com quem o roteirista mais se sente em sintonia. Basta ver seus trabalhos com Júlia, tanto na série mensal quanto nos especiais anuais. Dessa turma toda, podemos afirmar que Pasquale Frisenda foi quem mais soube retratar o personagem de acordo com as linhas com que foi criado.
Mateus para Dorival: KEN PARKER sofreu muitas dificuldades de publicação pela Mythos?
Dorival: A grande dificuldade é manter uma publicação nas bancas, e não me refiro apenas a KP. A série de Rifle Comprido começou muito bem, mas chegamos ao fim (ao número 18) com um número considerável de leitores a menos que no início. Nós temos inúmeros projetos de personagens e séries espetaculares, mas sabemos que o público de quadrinhos não é o mesmo de tempos idos, então temos que avaliar bem qualquer iniciativa.
Mateus para os dois: Para finalizar, o que você acham da idéia do KENPARKERBlog?
Dorival e Júlio: É uma iniciativa digna de todos os elogios, ainda mais porque é fruto exclusivo da paixão de leitor, um trabalho desenvolvido nas horas roubadas aos estudos, à vida profissional e, quem sabe, ao sono. É bonito ver kenparkerianos de gerações diferentes dedicando-se a divulgar as aventuras de um dos maiores personagens que os quadrinhos mundiais já geraram.
Mateus: Muito obrigado e continuem fazendo o bom trabalho de sempre!
Dorival e Júlio: Nós é que agradecemos aos responsáveis pelo Blogue pelo seu belo trabalho de manter acesa a chama de KEN PARKER. Quanto a nós, que muito antes de sermos tradutores/redatores/editores, somos leitores apaixonados por quadrinhos bem feitos e buscamos lançar o que gostaríamos de ler, torcemos para sempre poder publicar com carinho e qualidade o material produzido pela Fábrica Italiana dos Sonhos de Papel, a Sergio Bonelli Editore.
Dorival: KEN PARKER foi um dos personagens que mais apreciei nos anos 70/80. Quando surgiu a oportunidade de publicar as novas histórias de Rifle Comprido, depois de anos de interrupção, agarrei a proposta de cara. Foi uma satisfação muito grande ver que o herói ainda tinha uma boa parcela de admiradores. A começar por mim.
Mateus para Júlio: Foi fácil dar ao Rifle Comprido um sotaque brasileiro?
Júlio: A narrativa de Giancarlo Berardi é muito agradável, moderna e direta. Não é difícil dizer, no nosso idioma, o que ele quer transmitir no seu próprio. Isso vale tanto para KP quanto para Júlia.
Mateus para Dorival: A editoração de KEN PARKER tem que seguir o padrão internacional ou vocês tem liberdade de ditar um próprio conceito para o personagem?
Dorival: Na verdade não há como criar um "conceito próprio", a não ser que, em vez de traduzir as histórias, a gente resolvesse criar um texto novo, só olhando as imagens e sem levar em conta o texto original. O único detalhe diferente em relação à edição italiana foi o tamanho do gibi, um pouco menor em nosso País em razão dos diferentes formatos de bobinas de papel. Mas isso não chegou a significar um "conceito próprio", nós não desnaturamos o personagem.
Mateus para Júlio: Fora KEN PARKER, que trabalho você mais gosta de traduzir para a Mythos Editora?
Júlio: Cada personagem dá uma sensação diferente, todas prazerosas. É como brincar com os filhos: são diferentes entre si mas é sempre uma alegria. KP se foi, mas Berardi deixou outro filho, aliás, filha: Júlia. Mas confesso um segredo: traduzir Dylan Dog era muito gostoso, especialmente pelas tiradas de Groucho.
Mateus para Dorival: Houve algum tipo de orientação de Berardi para editar o personagem no Brasil?
Dorival: Não, nenhuma. Como o material Bonelli tem uma longa tradição no Brasil, o autor sabia que KP seria bem tratado.
Mateus para Júlio: E pra você Júlio, houve algum tipo de orientação na parte de tradução?
Júlio: Não, e isso pelo simples fato de que os quadrinhos Bonelli fazem parte do meu DNA desde criança. O editor Dorival conhecia minha sintonia com Rifle Comprido e sabia que eu procuraria ser fiel ao estilo do autor, o que de fato aconteceu.
Mateus para os dois: Vocês sentiriam prazer em trabalhar com o Rifle Comprido de novo?
Dorival e Júlio: Pelas respostas anteriores já deu para perceber que ficamos eletrizados quando surgiu a oportunidade de lançar as novas histórias do herói e, se o mercado mostrar que um novo retorno do personagem às nossas bancas seria bem-vindo, estamos prontos para abraçar a proposta.
Mateus para os dois: Qual é (para vocês) a melhor história de KEN PARKER que vocês publicaram ?
Dorivall e Júlio: A série apresentada pela Mythos foi a da "segunda vida editorial" de KP, com histórias que haviam saído na Itália na revista "KEN PARKER Magazine" entre 1992 e 1996. Das aventuras dessa fase, a mais interessante, no aspecto editorial, foi "A TERRA DOS HERÓIS", o gibi que, ao mesmo tempo e mais que qualquer outro, recebeu críticas e elogios na mesma medida. Quanto à trama em si, a mais envolvente foi "A CARAVANA DONAVER", que fechou a série e também destacou-se por ser o primeiro (e único) trabalho do desenhista José Ortiz com o herói.
Mateus para os dois: Qual o melhor desenhista de KEN PARKER para vocês (Milazzo não conta)?
Dorival e Júlio: A série que publicamos mostrou o primeiro trabalho de muitos desenhistas com KP, tanto do veterano e sempre excelente José Ortiz quanto de novos talentos como Pasquale Frisenda e Goran Parlov (todos os três hoje desenhistas de Mágico Vento), e da jovem Laura Zuccheri, que o próprio Berardi considera como "a nova Milazzo", no sentido de ser a profissional com quem o roteirista mais se sente em sintonia. Basta ver seus trabalhos com Júlia, tanto na série mensal quanto nos especiais anuais. Dessa turma toda, podemos afirmar que Pasquale Frisenda foi quem mais soube retratar o personagem de acordo com as linhas com que foi criado.
Mateus para Dorival: KEN PARKER sofreu muitas dificuldades de publicação pela Mythos?
Dorival: A grande dificuldade é manter uma publicação nas bancas, e não me refiro apenas a KP. A série de Rifle Comprido começou muito bem, mas chegamos ao fim (ao número 18) com um número considerável de leitores a menos que no início. Nós temos inúmeros projetos de personagens e séries espetaculares, mas sabemos que o público de quadrinhos não é o mesmo de tempos idos, então temos que avaliar bem qualquer iniciativa.
Mateus para os dois: Para finalizar, o que você acham da idéia do KENPARKERBlog?
Dorival e Júlio: É uma iniciativa digna de todos os elogios, ainda mais porque é fruto exclusivo da paixão de leitor, um trabalho desenvolvido nas horas roubadas aos estudos, à vida profissional e, quem sabe, ao sono. É bonito ver kenparkerianos de gerações diferentes dedicando-se a divulgar as aventuras de um dos maiores personagens que os quadrinhos mundiais já geraram.
Mateus: Muito obrigado e continuem fazendo o bom trabalho de sempre!
Dorival e Júlio: Nós é que agradecemos aos responsáveis pelo Blogue pelo seu belo trabalho de manter acesa a chama de KEN PARKER. Quanto a nós, que muito antes de sermos tradutores/redatores/editores, somos leitores apaixonados por quadrinhos bem feitos e buscamos lançar o que gostaríamos de ler, torcemos para sempre poder publicar com carinho e qualidade o material produzido pela Fábrica Italiana dos Sonhos de Papel, a Sergio Bonelli Editore.
Mateus Albuquerque
- Mateus Albuquerque é cearense, viveu em Natal – RN e reside em Salvador – BA. Tem 12 anos, estuda na 6° série e sonha ser jornalista, cineasta, escritor, entre outras coisas, que a idade lhe permite sonhar. Fez o curso de quadrinhos da Oficina HQ e divide seu tempo entre as aulas e as histórias em quadrinhos que escreve, uma sobre o velho oeste. Mateus é fã de KEN PARKER.
- Nas imagens: Júlio Schneider com o troféu do HQMIX (17° edição) e Dorival Vitor Lopes na entrega do Prêmio; auto-retrato de Laura Zuccheri; Pasquale Frisenda desenhando e caricatura do Mateus Albuquerque feita por “SpiderKika”.
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9 comentários:
Eu gostei da entrevista...
Dorival e Julio pareceram pessoas super agradaveis e educadas, mesmo que nós três enfrentassemos "a barreira da internet", mas a entrevsta correu muito bem e els responderam mais rapido do que o esperado!
Abraços kablunaks!
bacana. parabéns pela entrevista...
Parabéns ao garoto Mateus, que Deus o abençoe e dê a ele um brilhante futuro JORNALISTICO. Adorei essa matéria com o Mestre Julio Scheneider, e muito inteligente as colocações de Dorival, e ainda muito bem elaborada as perguntas do garoto Mateus. Parabéns a esse garoto.
Sem mais, João Batista da Cunha.
Sebo e Fã Clube Tex 2000
Excelente entrevista.
Parece que faltou umas perguntas...
Mais ainda assim muito boa e dinâmica, pra o formato blog.
gostei e espero ver sempre entrevistas por aqui, e num futuro, uma entrevista com o Dorival e o Júlio, que complete esta aqui...
Rafael.
Obrigado pelos elogios gente...
Foi uma verdadeira honra entrevista-los!
É serio não tenho nem palavras para descrever essa honra!
João Guilherme, muito obrigado pelos elogios, você , ao lado de Lucas Pimenta, torna esse blog fantastico!
Hiroshi...fico feliz que tenha achado bacana!
E Rafael, fica pra proxima velho!
Mateus,
Você foi brilhante! Por idealizar a
entrevista e realizá-la. Quando ficamos sabendo, ela, praticamente,estava pronta. O Dorival e o Júlio são pessoas maravilhosas, mas não sei se você sabia disso. Sua iniciativa me surpreendeu e tenho certeza, vai surpreendê-los quando souberem que você só tem 12 anos. Aos 12 eu já
lia (e há muito) gibis, mas não sabia da existência de editores e revisores. Claro, os tempos são outros, a informação está aí, fácil, mas tem muito garoto (infelizmente a grande maioria) que, hoje, aos 12, sabem muito menos do que eu sabia.
O seu caminho está traçado, basta você realizá-lo. Com sonhos, mas com muito, muito mais estudos.
O Júlio Schneider, alguém me disse, na sua idade, acordava às 04H00 para ler dois jornais, antes de ir para o colégio.
Abraço,
João Guilherme
Valeu pela ótima entrevista, xará. Você teve uma honra e tanto ao fazê-la a entrevista foi bem elaborada, o Durival e o Júlio se mostraram bastante solicitos e mostraram que acreditam no mercado de HQs e Ken Parker. Valeu!!
Matheus Lopes
Muito boa a entrevista. Tenho a maior admiração pelo Dorival e pelo Júlio, são dois autênticos heróis. O mundo editorial precisa de mais gente assim, pessoas com um amor infinito pelas histórias que publicam, e pelos autores que as criam. Todo o sucesso do mundo para eles!
- Guga.
Guga,
faço minhas as suas palavras. E a atenção que dispensaram ao nosso pequeno Matheus é a prova de que você está correto em seu comentário. Nós do KEN PARKERBlog devemos muito a eles.
Abraço,
João Guilherme.
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