9 de fevereiro de 2008

Nas mãos de um mestre!

Era o ano de 2002, e a Mythos Editora trazia nos meses de abril e
maio, respectivamente os números derradeiros de sua coleção de KEN PARKER, 17 e 18.

Eu, como de costume, já esperava um ótimo roteiro de Berardi e a excepcional arte de Ivo Milazzo, porém fui surpreendido.
Constava na revista, texto de Berardi, mas os desenhos eram de um novato no mundo de Rifle Comprido. Sim! Apenas no mundo de KEN PARKER, afinal José Ortiz Moya, já tinha uma bela trajetória no ramo dos quadrinhos.

Nasceu na Es
panha, em Cartagena, no ano de 1932 e iniciou sua carreira de desenhista na Maga, e logo em seguida criou o personagem “El Vikingo”, para a editora Toray Sigur.
Em 1973, teve um dos maiores momentos de sua carreira, quando desenhava para algumas revistas do mercado estadunidense.
Nos anos 80 retornou ao ramo de quadrinhos europeu. Nesse período surgiu a parceria com Antonio Segura, e juntos criam a série “Hombre”.

Os nomes: Segura e Ortiz se tornam sinônimo de boas h
istórias.
No inicio dos anos 90, mais precisamente em 1993, iniciou a parceria com a SBE, e realizando o Tex Gigante “O grande roubo”.

Na nova casa, realizou inúmeros trabalhos de prestígio, como podemos acompanhar em vários episódios de Tex e Mágico Vento; e mais importante ainda (para nós, é claro) em uma história da série KEN PARKER, A CARAVANA DONAVER que foi uma mega história de 270 páginas!!!




A arte de Ortiz surpreende o fã de Rifle Comprido, é realista, abusa dos usos de hachuras, as sombras são bem colocadas e o desenho tem uma desenvoltura e fluidez, que faz um casamento perfeito com o roteiro de Berardi. Ortiz leva a trama com perfeição ate o fim, o que nos faz questionar, porque o espanhol não desenhou mais aventuras do nosso herói? Porque não foi “descoberto” antes pela SBE?

Com essa história, apenas uma única história, chega ao patamar dos melhores desenhistas do Rifle Comprido em minha modesta opinião, figurando entre Ivo Milazzo e Giorgio Trevisan.

Comentar sobre a história? Isso fica para um outro artigo... Ortiz já é de tirar o fôlego por si só.



Lucas Pimenta

9 comentários:

Anônimo disse...

José Ortiz, é deveras fantástico... tem um traço "sujo" que tem tudo a ver com o western duro daqueles tempos de Ken Parker e de Tex. É o desenhador de Tex, com traço mais "sujo" que eu aprecio e esta história A CARAVANA DONAVER é para mim, a melhor de todas que eu li em Ken Parker (embora tivesse lido só as histórias da Mythos e uma meia dúzia da Vecchi/Tapejara) onde a um argumento muito bom e deveras dramático se juntou um desenho do Mestre espanhol que tinha tudo a ver com a história.
Quanto ao porquê de só tão tarde Ortiz ter sido descoberto pela SBE, não é bem assim, pois como o próprio Sergio Bonelli já reconheceu, a ideia de convidar José Ortiz para realizar um dos seus Tex Gigantes já estava congeminando desde há vários anos, até que finalmente o conseguiu convencer. A partir desse momento José começará a trabalhar quase em exclusivo para a Sergio Bonelli Editore, realizando uma história em quatro partes, de Ken Parker e vários episódios de Mágico Vento, além de todo o seu trabalho em Tex.
Já agora quem quiser saber mais sobre tão consagrado desenhador espanhol, recomendo uma visita ao blogue do Tex em http://texwiller.blog.com/1393026/

Anônimo disse...

Muto boa matéria.
Pequena, rápida e objetiva!
Consegiu trazer a essencia e com certeza o que de melhor poderia ser dio sobre Ortiz!

Parabéns meninos por trazerem sempre matérias desse calibre!

E esse comentário do José Carlos Francisco, muito bom.

Eu desconhecia um blog do tex, personagem este que também sou fã.

Mais já estou visitando desde que os meninos o citaram numa matéria anteriror...

Rafael

Anônimo disse...

bacana o post... junto ao complemento de josé carlos, fantástico...

Anônimo disse...

Alguns "do ramo" o chamam de "Otiz, o Sinistro".
É meu ídolo, o artista certo para histórias dramáticas, de terror, ou passadas em lugares tenebrosos.
Aqui no brasil tinhamos o Flávio Colin...na mesma linha.

AMoreira.

Anônimo disse...

Ortiz e Flávio Colin... bem pensado.

Mais não sei se imagino o Ortiz como um artista certo pra histórias de terror...

Apesar que nesse Ken Parker, na cena dos corpos pedaçados...
Ele foi genial!

Rafael

JoguL disse...

Meninos, não se esqueçam de Mozant
Couto, esse brasileiro tão bom (ou
melhor?) que Colin e Ortiz. Vi trabalhos de Mozart de tirar o folego.

João Guilherme.

Lucas Pimenta disse...

No Brasil temos grandes...
Eu mesmo sou fã de Eugênio Colonnese.
Italiano, radicado no Brasil, Colonnese, é pra mim o maior!

Criador do grande personagem (sim eu gosto!!!) o Morto do Pântano que tem muitas semelhanças com os personagens Homem-Coisa da Marvel Comics e Monstro do Pântano da DC, mas foi criado por Colonnese cinco anos antes de ambos. O que muita gente não sabe.

Colonnese devia era ter aportado no EUA. Seria com certeza um dos maiores quadrinistas do mundo e com certeza, com o reconhecimento merecido!

Abraços

Lucas

Roberval disse...

Só para bancar o chato, embora goste do traço de Ortiz, não o vejo como desenhista do Ken Parker. Talvez porque para mim só Milazzo e Trevisan estejam à altura duma personagem desses quilates.
Abraços

JoguL disse...

Grande Mário,
você está longe de ser chato.
Ortiz, Marrafa, Ambrosini, Parlov Trevisan e até mesmo Frizenda, apesar de serem ótimos desenhistas,
não chegam aos pés de Milazzo. Todos esses acima citados podem desenhar Tex, Magico Vendo, Hombre,
Príncipe Valente e qualquer outro
personagem. Agora, somente IVO MILAZZO foi capaz de interpretar
graficamente o que Berardi tirava
da cabeça. Vou mais longe, considero apenas os episódios que
Milazzo desenhou na 1ª série e as
histórias UM PRÍNCIPE PARA NORMA, ONDE MORREM OS TITÃS, UM HÁLITO DE
GELO, QUACK1 E IL RESPIRO E IL SOGNO. Todo o material da KP Magazine já tem as mãos de Frizenda, Laura e aquela equipe do
estúdio de Milazzo. Agora, para ser
crucificado de vez. Você viu a capa
de Milazzo para o especial 30 Anniversário, da Panini? O Mestre
resumiu ainda mais seus traços e não reconheço Ken e Lily. O cabelo do scout parece uma peruca ou o cabelo do espantalho de O Mágico de
Oz. Que Deus me perdoe. Tudo nessa vida tem o seu climax, Ken Parker é
passado. Um maravilhoso passado, jamais será igualado, mas é finito.
Se, conforme a vontade da maioria,
retornarem com a personagem, creia,
vão por um fim à magia. Eu duvido que Berardi não saiba disso.

João Guilherme.