20 de março de 2008

KEN PARKER no Brasil - VECCHI

Em seus 70 anos de existência a Editora Vecchi publicou uma grande variedade de livros e revistas, abordou todos os gêneros: romance, ficção, técnicos, álbuns de figurinhas, mas se destacou como uma editora de quadrinhos. Fundada em 1913, por Arturo Vecchi, vai ficar na história como a editora de Grande Hotel, Spektro, Chet, Chacal, Histórias do Faroeste, Zagor, Tex (seu maior sucesso) e KEN PARKER. A Vecchi lançou em seu formatinho (13,5 X 17,5 cm.) 53 episódios da 1ª série de Rifle Comprido e sua coleção foi bem fiel àquela publicada pela Editoriale Cepim. Mesmo tendo lançado VINGANÇA! (nov/1978) um ano e cinco meses após a estréia de LUNGO FUCILE (jun/1977) e apesar de todos os problemas que enfrentou, a editora brasileira manteve uma melhor regularidade que a atual SBE. Caso não tivesse decretado falência, deixado o título em agosto de 1983, a seis números do final, certamente teria que esperar pela editora italiana que só lançou OS RAPAZES DE DONOVAN (KP 59) em maio de 1984, embora os constantes atrasos eram da responsabilidade da dupla de criadores.

A Vecchi não obedeceu literalmente a tradução de alguns títulos de KEN PARKER, preferindo adaptá-los para uma melhor compreensão de seus leitores, assim entenderam seus editores. Ao todo foram seis modificações: VINGANÇA! (RIFLE COMPRIDO – KP 01), OS REVOLUCIONÁRIOS (OS CAVALHEIROS – KP 03), ENCONTRO EM SÃO FRANCISCO (GRANDE GOLPE EM SÃO FRANCISCO – KP 08), ASSALTO EM CANYON CITY (A CIDADE QUENTE – KP-13), HOMENS, FERAS E HERÓIS (HOMENS, BESTAS E HERÓIS – KP 15) e O RESGATE DO RANCHO TWIN T (NO ALTO DA MONTANHA – KP 24). No entanto, traduziu fielmente o quinto episódio: CHEMAKO, aquele que não se lembra.

RASTOS NO VENTO, era uma seção com palavras e escritos dos índios da América, ilustrada por Ivo Milazzo, que marcou a segunda capa das edições 02 (MINE TOWN) até a 21ª (O JULGAMENTO DE DEUS), com exceção dos números 01 (VINGANÇA! que trouxe uma biografia do herói), 12 (que apresentou letra e música de A BALADA DE PAT O’SHANE, de autoria de Berardi) e 13 (ASSALTO EM CANYON CITY, uma propaganda). Na série da Cepim KP 13 também veio com a poesia índia.

NÚMERO DE PÁGINAS: De acordo com a necessidade, a Vecchi alterava a quantidade de páginas de seus formatinhos, Rifle Comprido circulou com 100, 116, 118 e até 132 delas. A revista publicou HQs dos irmãos Wilde e Watson Portela, Bill Sanguinário em SOB O CÉU DO MÉXICO (KP 07) e Chet (que mais tarde ganhou seu próprio título) em seis capítulos seguidos, do número 8 (ENCONTRO EM SÃO FRANCISCO) até ASSALTO EM CANYON CITY (episódio 13º). As propagandas, a maioria de outras publicações da editora, também ajudaram a engrossar os volumes.

CORREIO DO KEN PARKER: o intercâmbio entre leitores e editores não teve vida longa (pelo menos nas páginas da revista do scout), circulou em apenas seis edições (KP 07 a KP 12).

FRONTISPÍCIO: apareceu pela primeira vez em SOB O CÉU DO MÉXICO e desapareceu em RANCHERO! (KP 14).

EXPEDIENTE: migrou várias vezes pelo gibi. Nos primeiros cinco números apareceu na 3ª capa; em KP 06 (SANGUE NAS ESTRELAS), página 113; nas edições que apresentaram o frontispício esteve no seu verso; a partir de HOMENS, FERAS E HERÓIS até o número 29 (O MAGNÍFICO PISTOLEIRO) foi para a 2ª capa, dividindo espaço com Rastos no Vento, enquanto este foi divulgado e retornou à penúltima capa em AS COLINAS SAGRADAS (KP 31), onde ficou até o fim da publicação. Nos volumes 14 e 30 (LAR DOCE LAR) não foi apresentado.

NÚMEROS PUBLICADOS E PRÓXIMO LANÇAMENTO: Quando não estavam maculando a 4ª capa de KEN PARKER, o que aconteceu nos episódios 15 a 21 (o mesmo ocorreu na coleção da Editoriale Cepim, só que na Itália o estrago foi maior, apelaram para esse recurso a partir de COLPO GROSSO A SAN FRANCISCO), se
mpre acompanharam o expediente. As edições 52 e 53 já não informavam o próximo lançamento.

CURIOSIDADES:

1. SANGUE NAS ESTRELAS (KP 06) veio com uma tarja negra (canto direito alto) anunciando o aumento do número de páginas.

2. Parte da tiragem de CAÇADA NO MAR (KP 09) saiu com a página 08 invertida. A Vecchi, percebendo o erro, interrompeu a impressão e fez a correção. Não sabemos, no entanto, quantos exemplares são perfeitos e o número dos defeituosos. Posso afirmar que existem as duas versões.

3. TERRAS BRANCAS (KP 10) trouxe em sua penúltima página um pedido de desculpas pelo ocorrido com a edição anterior, e republicou, em seu verso, a página perfeita.

4. HOMENS, FERAS E HERÓIS (KP 15) apresentou em sua capa (canto direito inferior) um vale de Cr$ 3,00 na compra de Comanche 02 ou Zagor 18.

5. O CASO DE OLIVER PRICE (KP 28), foi a primeira edição de KEN PARKER a não apresentar toda a arte de Milazzo (extensiva até a 4ª capa), embora o desenhista a tenha realizado por completo. Na Itália, a Cepim utilizou a última capa para divulgar o lançamento do álbum o Homem das Filipinas. A Vecchi reimprimiu, limpa, a arte da primeira capa (sem logotipo e título).

6. O MAGNÍFICO PISTOLEIRO (KP 29), Milazzo, pela primeira vez, só desenha para a capa principal. A editora brasileira resolveu o problema usando o mesmo recurso da edição anterior.
7. DIREITO E AVESSO (KP 36), encartada uma carta-resposta para a aquisição do álbum Tex e o Ídolo de Cristal.

8. CRÔNICA (KP
37) e O POETA (KP 38), impressos em outro tipo de papel, mais encorpado que o jornal.

9. A DOIS PASSOS DO PARAÍSO (KP 44), dois tipos de papel. Edição de junho de 1982, no expediente, no entanto, consta abril de 1982.

10. SANGUE VERMELHO (KP 49), encarte vendendo um curso de inglês.

11. PRÓXIMA PARADA: STOCKTON (KP 51), edição fora de padrão, medindo 13,5 X 18,5.

12. A FÚRIA DE NAIKA (KP 52, saiu em julho de 1983, com seis meses de atraso.

13. OS PIONEIROS (KP 53), agosto de 1983, o último episódio de KEN PARKER publicado pela Editora Vecchi.



OBS: Nos números 33, 34, 35, 36, 37, 38, 40, 41, 43, 44, 45, 47 e 49, a Vecchi, substituiu o fundo branco das capas por cores de um mal gosto a toda prova, raros são os casos que a troca não foi um desastre.

João Guilherme

4 comentários:

Anônimo disse...

boa matéria...

por ela hoje, vou reler um gibi de KP da vecchi e não os da tapejara.

Abraços

Rafael (tô de volta)

Anônimo disse...

Já falei da Vechi em minhas entrevistas.
Uma pena que aquela epoca de problemas em nossa economia fez com que a Vechi quebrasse.
As editoras do Rio de Janeiro eram ás unicas que divulgavam os quadrinhos como eles mereciam.
Tivemos também a EBal (Editora Brasil Ampérica) que também nos deu muitas alegrias.
AMoreira,.

JoguL disse...

Grande Irmão!
Você se esqueceu de citar a RGE (Rio Gráfica e Editora), imperdoável ('cença) He! he! he!

Abraço,
João Guilherme.

Anônimo disse...

Realmente.
Imperdoável.
Pra você vê como eu tenho razão. Naquela época éra uma fartura de editôras, que até esqueci da RGE.
He, he, he,
AMoreira.